
A Inteligência Artificial se tornou o assunto mais discutido em grupos de gestão, principalmente quando o objetivo é automatizar ações e melhorar a produtividade.
Tempo é dinheiro e todos sabemos disso, embora muitos estejam mais perdidos do que “na direção”, quando falamos do uso consciente das ferramentas (IAs).
A Inteligência Artificial é uma ferramenta de apoio e melhoria da produtividade nas academias, mas sua eficiência está ligada ao conhecimento que os usuários têm não só da ferramenta, mas daquilo que faziam antes do surgimento delas.
Usar IAs para prescrição de treinos, automatizar atendimentos em chats e demais tarefas é realidade, mas quanto de qualidade estamos realmente tendo com essa desafiadora implementação?

Os profissionais do passado
Calma, profissionais do passado não são profissionais obsoletos, mas aqueles que se viravam antes das IAs, ok?
Por mais que a produtividade não fosse tão otimizada como hoje, as análises, prescrições e demais tarefas eram realizadas por pessoas que realmente entendiam do assunto.
Quanto mais conhecimento científico você tem sobre sua área de atuação, mais fácil será para utilizar a Inteligência Artificial nos dias de hoje, pois ela é um apoio, não a protagonista. Por mais que elas analisem e retornem a tarefa com precisão, o olhar técnico e crítico de quem a comandou é primordial.
Os profissionais de hoje
Muitos estudantes e profissionais de hoje estudam através das ferramentas de Inteligência Artificial, recorrendo aos atalhos por conta do mar de informações que temos hoje em dia.
Antigamente o profissional estudava por livros clássicos e se aprofundava em determinado assunto, se tornando um especialista. Esperávamos por semanas a chegada de periódicos científicos, na biblioteca da faculdade, para providenciarmos cópias de artigos sobre os assuntos que nos interessavam.
Eu, particularmente, investia meu tempo pesquisando sobre a influência do treinamento de força em salas de musculação para todos os públicos. Hoje em dia, a maioria dos profissionais investe no conhecimento de prescrição de exercícios para determinado público, englobando diversas modalidades e métodos.
No passado, conhecimento aprofundado sobre determinado assunto. Hoje, muito conhecimento raso sobre vários assuntos. O desafio é promover o equilíbrio.
O Retorno oferecido pelas IAs
Estudei muito, muito mesmo, e ainda estudo sobre musculação e seus benefícios para todos os públicos. Além de atuar como consultor técnico e operacional de academias de musculação, produzo conteúdo digital para marcas do mercado fitness, atividade esta que requer conhecimento apurado em redação e ciência do exercício.
Criei um Gem na IA Gemini do Google (o que seria um Bot GPT no Chat GPT) para agilizar minha leitura de artigos científicos, reduzindo o tempo da tarefa de análise de avanços científicos. Para isto, li artigos e criei comandos específicos para que a ferramenta ne entregasse exatamente os detalhes que observei em cada publicação que utilizei como referência.
Demorou, mas saiu o esperado e uso a ferramenta como apoio em produtividade.
Se juntarmos um expert em ciência do exercício e um expert em IAs, a probabilidade de sair algo útil é bem grande. É aí que o problema aparece.
Li uma postagem interessante semana passada no Instagram: “O médico que vai te atender daqui alguns anos está usando o Chat GPT para passar na prova hoje. Então, bora começar a se alimentar direito e a se exercitar para cuidar da saúde agora”.
O problema não está no uso do Chat GPT, mas como ele vem sendo utilizado, assim como as demais IAs.
Uma formação sólida em medicina, educação física ou qualquer outra área, dá base para melhorar a produtividade com o uso da ferramenta. A IA retorna resultados compatíveis com o conhecimento que você tem sobre o assunto que deseja explorar.
O abismo provocado pelas IAs
- Inúmeras IAs são inventadas mensalmente;
- As pessoas desejam conhecer todas as ferramentas e não se aprofundam em nenhuma delas;
- Os profissionais de hoje, que estudam pelas IAs, não se aprofundam cientificamente naquilo que é a base para o uso da IA;
- Os usuários de IAs não se preocupam com as impressões geradas nos consumidores sobre como estão utilizando as ferramentas.
O avanço das IAs está exorbitantemente mais veloz do que a capacidade da maioria de aprender a utilizá-las de forma produtiva. Quando a gente consegue acelerar um pouco o passo, as IAs nos dão uma rasteira de atualizações, tornando nosso conhecimento atual sobre elas obsoleto.